4 de fevereiro de 2013

O que é dengue?

A dengue é uma doença infecciosa febril aguda causada por um vírus da família Flaviridae e é transmitida, no Brasil através do mosquito Aedes aegypti, também infectado pelo vírus. Atualmente, a dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública de todo o mundo.
Em todo o mundo, existem quatro tipos de dengue, já que o vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
A dengue é conhecida no Brasil desde os tempos de colônia. O mosquito Aedes aegypti tem origem africana. Ele chegou ao Brasil junto com os navios negreiros, depois de uma longa viagem de seus ovos dentro dos depósitos de água das embarcações.
O primeiro caso da doença foi registrado em 1685, em Recife (PE). Em 1692, a dengue provocou 2 mil mortes em Salvador (BA), reaparecendo em novo surto em 1792.
Em 1846, o mosquito Aedes aegypti tornou-se conhecido quando uma epidemia de dengue atingiu o Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Entre 1851 e 1853 e em 1916, São Paulo foi atingida por epidemias da doença. Em 1923, Niterói, no estado do Rio, lutou contra uma epidemia em sua região oceânica.
Em 1903, Oswaldo Cruz, então Diretor Geral da Saúde Pública, implantou um programa de combate ao mosquito que alcançou seu auge em 1909. Em 1957, anunciou-se que a doença estava erradicada do Brasil, embora os casos continuassem ocorrendo até 1982, quando houve uma epidemia em Roraima.
Em 1986, foram registradas epidemias nos estados do Rio de Janeiro, de Alagoas e do Ceará. Nos anos seguintes, outros estados brasileiros foram afetados.
No Rio de Janeiro (Região Sudeste) ocorreram duas grandes epidemias. A primeira, em 1986-87, com cerca de 90 mil casos; e a segunda, em 1990-91, com aproximadamente 100 mil casos confirmados. A partir de 1995, a dengue passou a ser registrada em todas as regiões do país. Em 1998 ocorreram 570.148 casos de dengue no Brasil; em 1999 foram registrados 204.210 e, em 2000, até a primeira semana de março, 6.104.
Em 2006, o número de casos de dengue voltou a crescer no país. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre janeiro e setembro de 2006 foram registrados 279.241 casos de dengue o equivalente a 1 caso (não fatal) para cada 30 km ² do território desse país. Um crescimento de 26,3% em relação ao mesmo período em 2005. A região com maior incidência foi a Sudeste.
Já em 2008, a doença volta com força total, principalmente no Rio de Janeiro, onde foram registrados quase 250 mil casos da doença e 174 mortes em todo o Estado (e outras 150 em investigação), sendo 100 mortes e 125 mil casos somente na cidade do Rio de Janeiro. A epidemia de 2008 superou, em número de vítimas fatais, a epidemia de 2002, onde 91 pessoas morreram. Nos últimos anos, outros estados do Brasil também registraram uma epidemia de Dengue .
Atualmente, a dengue hemorrágica está entre as dez principais causas de hospitalização e morte de crianças em países da Ásia tropical. Nas Américas, a primeira epidemia de dengue hemorrágico que se tem notícia ocorreu em Cuba, em 1981.

Saiba mais sobre os tipos de Dengue


Formas de apresentação
A dengue pode se apresentar – clinicamente – de quatro formas diferentes formas: Infecção Inaparente, Dengue Clássica, Febre Hemorrágica da Dengue e Síndrome de Choque da Dengue. Dentre eles, destacam-se a Dengue Clássica e a Febre Hemorrágica da Dengue.

Vírus da Dengue (rcsb.org)
- Infecção Inaparente
A pessoa está infectada pelo vírus, mas não apresenta nenhum sintoma da dengue. A grande maioria das infecções da dengue não apresenta sintomas. Acredita-se que de cada dez pessoas infectadas apenas uma ou duas ficam doentes.
- Dengue Clássica
A Dengue Clássica é uma forma mais leve da doença e semelhante à gripe. Geralmente, inicia de uma hora para outra e dura entre 5 a 7 dias. A pessoa infectada tem febre alta (39° a 40°C), dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjôos, vômitos, manchas vermelhas na pele, dor abdominal (principalmente em crianças), entre outros sintomas.
Os sintomas da Dengue Clássica duram até uma semana. Após este período, a pessoa pode continuar sentindo cansaço e indisposição.
- Dengue Hemorrágica
A Dengue Hemorrágica é uma doença grave e se caracteriza por alterações da coagulação sanguínea da pessoa infectada. Inicialmente se assemelha a Dengue Clássica, mas, após o terceiro ou quarto dia de evolução da doença, surgem hemorragias em virtude do sangramento de pequenos vasos na pelo e nos órgãos internos. A Dengue Hemorrágica pode provocar hemorragias nasais, gengivais, urinárias, gastrointestinais ou uterinas.
Na Dengue Hemorrágica, assim que os sintomas de febre acabam a pressão arterial do doente cai, o que pode gerar tontura, queda e choque. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.
- Síndrome de Choque da Dengue
Esta é a mais séria apresentação da dengue e se caracteriza por uma grande queda ou ausência de pressão arterial. A pessoa acometida pela doença apresenta um pulso quase imperceptível, inquietação, palidez e perda de consciência. Neste tipo de apresentação da doença, há registros de várias complicações, como alterações neurológicas, problemas cardiorrespiratórios, insuficiência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural.
Entre as principais manifestações neurológicas, destacam-se: delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais de meningite. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar a morte.


Fonte de pesquisa: Combate a Dengue


Um comentário:

  1. Alerta para diabéticos
    Vanessa Jacinto

    Se o avanço da dengue preocupa em todo o país, para uma população em particular as ameaças são ainda maiores. Segundo os especialistas, os diabéticos, que somam 8% da população entre 30 e 59 anos, têm mais chances de contrair a doença, além de apresentar evolução mais grave do problema.
    O endocrinologista Saulo Cavalcanti, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, explica que os diabéticos são uma população de risco justamente porque são mais vulneráveis aos quadros infecciosos quando, normalmente, aumentam na circulação hormônios como cortisona e adrenalina, que, por sua vez, elevam os níveis de glicose.
    Enquanto, no sangue, sobem os níveis de hormônios e açúcar, o processo infeccioso também destrói a insulina, promovendo um complicado círculo vicioso. “é aí que o diabetes pode descompensar. As necessidades de insulina aumentam e é preciso realizar mais testes para evitar que ocorram elevações excessivas da glicemia”, diz.
    Entre os agravos das complicações, ele cita que os diabéticos estão mais propensos a desenvolver a febre hemorrágica , por exemplo. O estado de coma também não está descartado.
    Prevenir a dengue e exercer um controle mais rigoroso do paciente diabético acometido por ela, portanto, é fundamental. O endocrinologista recomenda que os pacientes fiquem ainda mais atentos, não só com relação ao controle dos focos da dengue, como ao controle do próprio diabetes.
    Para complicar, além da perspectiva de que o número de casos de dengue cresça, os médicos esbarram em outro desafio. Apenas 50% dos pacientes diabéticos sabem quem têm o problema e, dos que sabem, grande parte não faz o tratamento adequado.

    SEM CURA Sozinho, o diabetes mal controlado pode ocasionar uma série de complicações. Embora a doença não tenha cura, com acompanhamento médico e medicamentoso, dieta e prática de exercícios, os pacientes podem levar uma vida normal e livre de riscos de desenvolver outros males. “Quanto melhor o controle do diabetes no início, menor a possibilidade de apresentar complicações no futuro”, afirma Cavalcanti.
    A dona de casa Ana Maria Campos, de 55 anos, faz parte do contingente dos milhões de brasileiros que lutam para adiar no organismo, os efeitos da resistência à insulina. Ela é cautelosa, justamente para se preservar das complicações que fizeram seus pais sofrerem tanto. “Essa doença é traiçoeira e exige de nós a máxima disciplina. Felizmente, não desenvolvi nenhuma complicação típica do diabetes. Minha luta é para não deixar a glicose ultrapassar os índices normais”, diz.
    Em todo o mundo, as populações terão mesmo que prestar mais atenção aos hábitos de vida, se não quiserem desenvolver diabetes. Tendo em vista que a obesidade, por exemplo, é fator-chave para o desenvolvimento da doença, a prevenção ultrapassa as fronteiras da medicina e assume também um âmbito sociocultural, já que está totalmente ligada a fatores ambientais e à qualidade de vida.

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